A performance “Manicure Política” é uma expressão artística que combina elementos de instalação teatral com a prática de oferta de serviços de manicure. Através desta performance crio um espaço interativo e acolhedor em galerias, museus ou espaços públicos, convidando as pessoas a fazerem as unhas gratuitamente. Contudo, esta ação vai além de um simples serviço de manicure, pois é também um veículo para discutir questões de género, violência de género e performances de género.

 

Ao incorporar a figura da manicure transexual como protagonista da performance, procuro desafiar as normas tradicionais de gênero e gerar um diálogo sobre a transexualidade. Esta escolha intencional destaca a importância da representação e inclusão de vozes marginalizadas no contexto artístico.

Esta performance é inspirada em referências como o conceito de performatividade de gênero, descrito por Judith Butler em seu livro “Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity”. Butler argumenta que o gênero é uma construção social e performativa, não relacionada ao sexo biológico. A sua teoria desafia as normas estabelecidas, abrindo espaço para uma variedade de identidades e performances de género.

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Além disso, minha formação como educadora desempenha um papel significativo na concepção e execução da performance. Minha experiência como mediadora de exposições em instituições de arte, como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), o Paço Imperial e a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, contribui para minha compreensão do diálogo entre arte, público e instituições.

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Como educadora, trago um aspecto pedagógico para a atuação, transformando-a em oportunidade de conscientização e reflexão. Ao criar um ambiente lúdico e convidativo, estimulo conversas sobre temas delicados, como violência de gênero, oferecendo um espaço seguro para o compartilhamento de histórias e experiências.

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A performance “Manicure Política” é, portanto, uma convergência entre meus referenciais teóricos, minha experiência como mulher transexual e meu trabalho como educadora. Pretende alargar a compreensão das questões de género, desafiar as normas sociais, promover a inclusão e criar uma plataforma de diálogo e sensibilização.